Maria, Maria

Recentemente enterrei minha avó materna. Ela se chamava Maria. A mesma Maria da música de Milton Nascimento e Fernando Brant: uma mulher que merecia ter vivido e amado como outra qualquer do planeta. Mas, como comportada Maria que era a minha Maria ria quando devia chorar e estava mais habituada a aguentar do que a viver. Por isso se despediu da vida com os mesmos olhinhos tristonhos  com os quais eu me lembro dela em grande parte da vida.

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Minhas primeiras jabuticabas

Que feliz aprendizado estou tendo ao poder cuidar de meu jardim e observar o ritmo próprio da natureza. Tenho me impressionado ao pensar como o cuidado das plantas e a observação atenta do ritmo da Terra podem ser uma rica metáfora da própria vida e de como devemos buscar vivê-la.

Mudamos para nossa casa no mês de maio deste ano e iniciamos nossa jornada nela com um difícil e árido outono. Neste momento, as plantas recém-plantadas e, portanto, ainda muito frágeis, começavam a perder suas folhas, em um processo que parecia de destruição, mas que, no fundo eu sabia ser de renovação. Enfrentando uma dura estiagem, lembro-me de como me senti exigida em minha capacidade de espera pela realidade inóspita porque meus olhos me levavam a crer que aquelas plantas não iriam sobreviver, por mais água que lhe déssemos.

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O amor está em extinção?

Outro dia falava sobre o amor em sala de aula e fiquei surpresa com a descrença de meus jovens alunos neste sentimento tão sublime e belo. Perguntavam-me eles se o amor ainda existe porque em suas concepções, o amor, principalmente entre os casais, é item em extinção.

Tranquilizei-os dizendo que o amor existe sim entre casais, mas, acrescentei, que para experimentá-lo é preciso tolerância, maturidade e muito amor.

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Reflexões sobre o amor maduro.

               Este não é um ensaio sobre o amor na velhice ou algo parecido. Trata-se mais de algumas das minhas reflexões que são possíveis por eu estar viva no mundo, como protagonista e observadora.

                Feito este preâmbulo, vamos ao que interessa. Vejo, tanto em minha vida privada, quanto na minha prática de consultório, casais. Casais sofrendo, se engalfinhando, se odiando, se apaixonando, brigando, se reconciliando, mas, vejo raros casais se amando.

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