O que é a psicologia clínica e o que faz o psicólogo clínico?

images (3)Meu objetivo neste post é explicar da maneira mais simples e clara possível para o leigo o que faz um psicólogo clínico.

Primeiro ponto importante: você não deve confundir o psicólogo clínico com o psiquiatra. Em linhas gerais, o psicólogo conversa. É o que costumo chamar de “médico da alma”. Já o psiquiatra é um “médico do corpo” que utiliza medicações para tratar as desordens mentais. Saiba mais sobre as diferença entre psicólogo e psiquiatra.

O que faz o psicólogo clínico?

Como eu disse, o psicólogo clínico é um “médico da alma”. Ou seja, graças à sua vocação e à sua formação ele estará preparado para ajudar as pessoas que o procuram a retomarem, ou a conquistarem pela primeira vez, o contato delas consigo mesmas. Ele faz isso utilizando conversas e, principalmente, por meio de um profundo interesse que  é capaz de manter pela pessoa humana do paciente que está diante dele, com seus sofrimentos, contradições e particularidades.

Por que o seu trabalho é tão importante?

O trabalho deste profissional é fundamental porque, em linhas gerais, o ser humano não lida muito bem com o fato de ter emoções. Freud, fundador da psicanálise, descobriu que a nossa mente é regida pelo que ele chamou de “lei da inércia”. Isso significa que tendemos sempre evitar entrar em contato com situações e emoções que nos traga desconforto, incômodo ou dor (física ou mental). Em termos prático, isso significa que quase sempre estaremos tentando “jogar para debaixo do tapete” aquelas emoções que nos incomodam. Experimente, por exemplo, dizer a alguém do seu convívio que você está triste ou chateado. Quase sempre a pessoa irá te responder pra deixar isso pra lá. E muitas vezes você mesmo estará lutando contra algum pensamento ou afeto desagradável que insiste em invadir sua mente como um corpo estranho.

O psicólogo irá fazer o contrário disso: ele estará preparado não só para te ouvir (como faria um amigo, por exemplo), mas também para ajudar você a aprender a acolher suas emoções, agradáveis e desagradáveis. Também irá te ajudar mostrando aspectos de você mesmo que não teria condições de descobrir sozinho. Isso porque nós não somos bons em julgar a nós mesmos, embora o ser humano quase sempre acalente a ilusão de que conhece bem a si mesmo.

Ficou curioso para saber como é conversar com um psicólogo?

Se você se identificou com o que eu disse e está curioso para saber como é conversar com este profissional que, por vocação, aprimorou-se em conhecer em profundidade o ser humano, não perca mais tempo. Lembre-se de que cada dia vivido é um dia a menos que nós temos para fazermos as transformações necessárias. A cada soar do relógio estamos um dia mais próximos da nossa morte. Por isso, ao contrário do que costumamos pensar, não temos todo o tempo do mundo a perder.

Agende uma consulta com um profissional qualificado de sua cidade.

Agora se você estiver na região, consulte um psicólogo em Ribeirão Preto. Estou à disposição para conversar com você. Conheça minha formação e agende uma entrevista!

Agora, se você é estudante de Psicologia ou tem intenção de cursar uma Graduação em Psicologia e está em busca de informações profissionais sobre a área, acesse o meu texto “Reflexões sobre a escolha pelo curso de psicologia“.

46 comentários em “O que é a psicologia clínica e o que faz o psicólogo clínico?”

  1. Olá, antes de mais nada, obrigada pelo seu comentário.

    Esta é uma dúvida muito comum entre as pessoas: se devem procurar um psicólogo ou psiquiatra. Antes de mais nada, vale esclarecer que psiquiatras são profissionais médicos que realizam avalições e, mediante a necessidade, receitam medicação psiquiátrica.

    No seu caso, me parece sim que você necessita do acompanhamento de um psicólogo, pois, ele poderá auxiliá-la a compreender as fontes internas de sua ansiedade e medo.

    O psicólogo, na entrevista inicial, poderá avaliar se seria necessário também o auxílio de algum tipo de medicação ou não.

    De qualquer forma, é importante que você busque referências de um bom psicólogo que possa te auxiliar para que juntos possam compreender o que se passa com você.

    Abraços e boa sorte na sua procura.

    Ana Laura Martinez
    Psicóloga clínica

  2. gostaria muito de receber algumas dicas e sugestões sobre o curso de psicologia,principalmente sobre como elaborar as atividades complementares.Estou no 1º ano, as vezes sinto que não vou conseguir os meus objetivos,por favor me ajude!!!

    1. Olá. Tudo bem? Não sei ao certo o que chama de “elaborar atividades complementares”, mas eu imagino que você esteja se referindo à formação complementar que o aluno deve desenvolver ao longo do curso de Psicologia. É isso? Eu sugiro que você esteja atento(a) para a qualidade da sua faculdade e dos docentes que nela lecionam. Além disso, uma boa formação dependerá do envolvimento do aluno com os textos. O que quero dizer é que a qualidade da formação não depende só da faculdade e dos professores, mas principalmente do esforço e dedicação que o aluno está disposto a fazer. Portanto, não deixe de ler todos os textos sugeridos e além disso frequente Congressos e encontros científicos, assista a bons filmes e leia bons livros, pois, esta “formação cultural complementar” será fundamental para que você seja um psicólogo competente no futuro. Espero ter te ajudado a pensar.

      Abraços

  3. Ola ainda não começei o curso. Pois tenho uma duvida,completamente ségo de um olho,e do outro tenho 40%. Gostaria de saber si com ésta qualidade de visão eu teria a apocibilidade de fazer o curso. Grato.

    1. Olá Enéas. Eu penso assim. Para atuar como psicólogo clínico, que a minha área de atuação e portanto a única que eu posso palpitar a respeito, a cegueira não te impediria de realizar o trabalho. Até porque o principal instrumento de trabalho do clínico é a sua própria mente e esta nós desenvolvemos na terapia pessoal. Obviamente a observação do comportamento do paciente é importante para compreendermos o mesmo, mas como eu disse, o nosso principal instrumento são os sentimentos e captações inconscientes. No caso do curso, realmente é um curso que envolve muitas leituras. Apesar disso, hoje existe tecnologia que transforme textos em áudio, então, acho que isso também não seria problema. Talvez valesse a pena você conversar com algum coordenador de curso de Psicologia e ver o que ele acha. Abraços

  4. Oi!!
    Eu….. Estou no 9°ano queria umas dicas d cm trabalhar cm isso ,o que devo estudar ,para aprender mais sobre este assunto….. Quantos anos leva para estudar este curso e é uma profisao boa?e quero mais dicas de oq faz um psiquiatra? Obrigado!! Pois pretendo estudar isso q no futuro para q Eu possa ser uma psiquiatra agradeco pela sua resposta!!!!

    1. Olá. Tudo bem? Se você está realmente pensando em trabalhar como psicóloga ou como psiquiatra, a primeira dica que eu te dou é para procurar profissionais que atuam nesta área e bater um papo com eles. Perguntar a eles sobre como é o quotidiano, o que fazem e como se sentem. Uma outra coisa que ajuda muito neste delicado período de escolha profissional é fazer uma boa orientação vocacional. Uma boa orientação vocacional não significa fazer uma conversa rápida com psicólogo ou aplicação de testes rápidos. A orientação vocacional é um processo que normalmente demora de algumas semanas a meses. Para se formar psicólogo é necessário cursar uma graduação de cinco anos em Psicologia. Para se formar psiquiatra, é necessário cursar seis anos de Graduação em Medicina e realizar uma residência em Psiquiatria. Há diferenças importantes entre as atividades do psicólogo e do psiquiatra, embora eles normalmente trabalhem em conjunto nos casos. O psicólogo irá utilizar como principal recurso terapêutico a fala ou conversas que irão acontecer nas sessões com o paciente. Já o psiquiatra, apesar de também conversar muito com seu paciente para poder realizar um bom diagnóstico do quadro, irá ter como principal instrumento terapêutico o uso da medicação. E é por isso que precisa se formar em Medicina (para entender bem da anatomia humana, de neuroanatomia, de fisiologia, de farmacologia, etc.). Parece-me que você está mais inclinada para a psiquiatria, então, sugiro que procure um psiquiatra da sua cidade e bata um papo com ele. Outra coisa que pode lhe ajudar é passar por uma terapia em que vai poder discutir em maior profundida os motivos inconscientes que estão envolvidos em sua escolha para uma determinada profissão. Espero ter ajudado. Abraços e boa sorte

  5. O q faz realmente um psiquiatra clinica,ou psicologa clinica ,e qual a diferenca dos dois ,quero saber tudo ,sera q vc me informa? Obrigado e espero a resposta..

  6. Boa tarde, vou começar semana que vem O 5º período de Psicologia, se me perguntar hoje qual linha de abordagem que vou seguir, não sei responder. Sera que é normal?
    Obrigado

    1. Olá Marcos. Em primeiro lugar, agradeço o seu comentário aqui no blog. Na verdade, esta é uma dúvida que muitos estudantes de Psicologia têm! Não há como te dizer se o fato de você não ter escolhido uma abordagem teórica no quinto ano é normal ou não, pois, quando se trata de questões humanas é muito difícil a gente classificar o que é um comportamento “normal” ou “anormal”. Certo? Para tentar te ajudar nesta questão, vou te falar um pouco sobre como eu penso ser a vivência de um estudante às vésperas da formatura, porque eu acho que é disso que se trata sua questão. Ao longo da faculdade, um estudante de Psicologia entra em contato com várias áreas e várias abordagens, ou seja, toma um primeiro contato com o grande leque de atuação de um psicólogo. Espera-se que ao longo deste tempo (assim como acontece quando vamos a um restaurante e olhamos aquela infinidade de opções no cardápio) que os seus olhos manifestem um interesse maior por uma ou outra coisa, embora ele ainda não saiba bem o que é isso (lembro que para saber se gostamos ou não de um prato temos que experimentá-lo, algo que o estudante poderá fazer nos seus estágios. É por isso que eu sempre fui da opinião que o estudante teria que experimentar de tudo, para depois ter condições de escolher, mas esta é uma outra questão…). Então, depois de você ter experimentado de tudo, o seu paladar para a “escolha” da sua área já começa a ter algum delineamento, embora a gente também tenha que tomar muito cuidado com aquilo que a gente experimenta pela primeira vez e não gosta. Eu sempre acho que temos que experimentar várias vezes antes de dizermos se gostamos ou não. Pois bem. No último ano, é esperado que o aluno, ao ter experimentado várias áreas e abordagens tenha alguma afinidade com X ou Y, mas pode ser que isso também não tenha se dado, por uma série de motivos que precisam ser avaliados caso a caso. Ele pode ter achado que o curso era uma coisa e era outra, ele pode não ter se interessado por nenhuma área ou abordagem ou ter se interessado por mais de uma e não saiba ainda como juntar as coisas. Além disso, há a angústia intensa vivida por um aluno do último ano. Ele pode estar se sentindo perdido, angustiado e atormentado por este momento de transição que é a saída da faculdade e o ingresso no mercado de trabalho, que pode ser marcado por cobranças internas e externas, sobretudo da família. Com tudo isso, às vezes é difícil mesmo escolher algo assim nos quarenta e cinco do segundo tempo. Se esta questão estiver te incomodando muito, sugiro que você bata um papo com um psicólogo com enfoque em orientação profissional. Como eu disse, várias coisas podem estar acontecendo dentro de você e dificultando esta identificação ou escolha sobre qual área irá seguir. Sendo assim, juntos e utilizando algumas conversas, ele poderá te ajudar a entender melhor o que se passa. Uma outra opção (se você ainda não foi atrás, vale a pena ir já que é aconselhável que estudantes de psicologia façam uma psicoterapia) é buscar uma psicoterapia para te ajudar com estas dúvidas. Espero ter te ajudado. Abraços

  7. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que adorei o site, conteúdo muito interessante, com ótima abordagem!
    Sobre a carreira do psicólogo clínico/terapeuta, foi muito colocada a a escolha dessa profissão, queria saber como é carreira depois a conclusão da graduação e o caminho até chegar a uma carreira estável, com com uma clientela regular, retorno pessoal, valorização e mercado de trabalho, retorno financeiro. O que observo muito é o jovem ser desencorajado a entrar para essa profissão, podendo esta ser até seu sonho, por exemplo, por não conseguir isso que citei acima,pelo mercado saturado. Em contrapartida, outra fala muito comum é que sempre haverá espaço para bons profissionais. Existem mesmo esses espaços? É possível se frustar nessa carreira de psicólogo, não pela falta do profissional, mas pela falta de tais oportunidades?
    Desde já obrigada e novamente parabéns!

  8. Olá Gostei Muito das suas dicas. E também tenho uma pergunta eu quero fazer psicologia demorei para ter certeza mas minha familia acha que eu não vou ser capaz por ser uma pessoa anciosa e tenperamental. Mas digo a eles que por isso é necessário estudar antes, para se preparar. Você acha que eu estou errada? E que devo rever essa escolha? Abraços Obrigada

    1. Roselene, não sei bem o que quer dizer com “difícil”. Mas, se estiver em dúvida, pode se informar sobre a profissão lendo textos ou procurando o auxílio de uma orientação vocacional. Abraços

  9. Olá gostaria de saber se a psicologia clínica,pode ser voltada para área de higiene dental.
    Me identifico muito com psicologia e pretendo fazer,pois estou prestando vestibular,mais pretendo cursar um técnico em higiene dental e seria bom se ligasse ambas as áreas!
    Grata desde já.

    1. Maria Clara, não tenho conhecimento sobre esta junção. Infelizmente não poderei te ajudar nisso. Abraços

  10. estou no primeiro periodo de psocologia,gosto muito do curso,mas,não estou conseguindo lhe dar com tanta informação de uma so vez,digo,provas e conteudo.não sei se devo continuar pois passei muito tempo sem estudar e agora não to conseguindo dar conta.o que faço?

    1. Francisca, acho que em parte é normal e esperado o aluno estranhar e levar um tempo para se adaptar a tantas leituras e formas diferentes e novas de pensar sobre a realidade. Mas, se este sentimento continuar, sugiro que você procure o auxílio de uma orientação vocacional para avaliar se a psicologia é mesmo a melhor escolha para você. eu também escrevi um texto no blog sobre as motivações que levam as pessoas ao curso de psicologia. Talvez valha a pena você ler. Abraços.

  11. No proximo ano pretendo estudar faculdade de psicologia clinica. Gostaria de saber quais são os temas q me servirá d apoio como guia d estudo.

    1. Olá Daniel. Bem, em primeiro lugar não existe faculdade de Psicologia Clínica. O que existe é o curso de Graduação em Psicologia. A “clínica” é uma especialidade, uma das práticas possíveis do psicólogo dentro do seu ofício. Na faculdade, você deverá passar por vários tipos de estágio, inclusive o clínico. Isso ocorre porque as faculdades de psicologia buscam, em primeiro lugar, uma formação generalista do profissional por compreender que nos anos iniciais do curso o aluno ainda não tem condições de escolher o que quer, porque não experimentou as várias áreas que a psicologia oferece – visão com a qual eu compartilho. Então, depois que passar por vários estágios (o que acontece nos quarto e quinto ano) você poder escolher se quer ser um psicólogo clínico, hospitalar, do esporte, de Recursos Humanos, social, etc. Sobre a sua questão relacionada aos temas de apoio, eu não entendi o que quis dizer. Se puder clarificar melhor sua dúvida, quem sabe eu possa ajudá-lo. Abraços.

  12. Boa tarde. Gostaria de pedir a sua ajuda. Acabei agora a licenciatura de 3 anos em psicologia, e estou indecisa no mestrado: psicologia clinica e da saude ou psicologia forense e da exclusao social. Parte das minhas duvidas ê que nao sei o que estes fazem exactamente ao certo. Se eu for para clinica será que vou encontrar muita matéria de biologia? Alem do mestrado preciso de mais alguma formacao
    Agradeco a sua ajuda.

  13. Pretendo me formar em psicologia clinica mais tenho algumas duvidas como: Primeiro faço graduação em Psicologia e depois me especializo em psicologia clinica? A especialização dura em torno de quanto tempo?
    Depois disso eu já posso clinicar? Em uma clinica ou em um espaço próprio?
    Obrigado! Adorei as dicas do seu blog (:

  14. Boa noite. Estou terminando uma faculdade mas nao estou feliz
    com minha escolha. então pensei em fazer psicologia, na verdade
    Eu já pensei outras vezes em fazer, mas não fiz.
    Gostaria de saber se a pessoa pra ser psiocola precisa ter algum
    perfil, alguma característica especifica.

    Também gostaria de saber se eu, por ter problemas de ansiedade (TAG )
    teria dificuldades para estudar e ser psicóloga.
    Obrigada

    1. Jessika, sugiro que antes de você se decidir pelo curso faça uma orientação vocacional, para poder fazer sua escolha com mais segurança (ou com menos insegurança). Sobre a questão da ansiedade, isso obviamente não é impedimento para você querer ser psicóloga, mas ao longo do curso ou mesmo antes será fundamental que você mesma faça uma psicoterapia, pois, como poderá ajudar o seu paciente se você mesma como profissional não se sente íntima de sua própria mente? Espero ter ajudado. Abraços.

    1. Boa tarde. A meu ver, conhecimentos que são fundamentais à atuação do psicólogo são filosofia, arte, literatura, história, etc. Em suma, para poder estar com outro ser humano, um terapeuta deve ser um profundo curioso sobre as questões humanas e sobre si mesmo. Espero ter ajudado. Abraços.

  15. Bom-dia, agradeço pelo vosso encentivo pk eu sou amante desta expencialidade de psicologia, este ano sera o meu primeiro ano.

  16. Olá queria uma resposta concreta, para essa pergunta: Mas o que faz um psicologo clinico? Quais as doenças tratadas pelo psicologo clinico?

    1. Maria, vamos à sua primeira questão. O psicólogo clínico é um profissional habilitado a oferecer suporte psicológico / atendimento para o sofrimento mental humano, que se apresenta por meio de uma série de sintomas. Ele pode fazer isso em vários contextos: no hospital, na clínica particular, na escola, etc. Isso nos leva a sua segunda questão. Na psicologia não chamados de “doenças” as desordens mentais porque não estamos embasados em um modelos médico, de doença e de cura. Compreendemos que as diversas formas de sofrimento mental, que se apresentam por meio dos sintomas (tristeza, ansiedade ou angústia, perda de sentido na vida, compulsões de diversos tipos, abuso de substâncias psicoativas, dificuldade no controle dos impulsos sexuais e/ou agressivos, etc), são formas que nós encontramos de manifestar que algo não vai bem dentro da gente e, que por isso, precisamos de cuidados e atenção. Seguindo ainda nesta linha, o psicólogo clínico não busca “curar” o ser humano de suas dores, angústias e frustrações, mas sim auxiliar as pessoas a se sentirem mais fortes e capazes internamente de viverem a vida, enfrentando as dificuldades naturais desta. De qualquer forma, como você parece curiosa a respeito de compreender melhor a linguagem não concreta dos sentimentos, pode ser interessante você viver a experiência de ter uma conversa com um psicólogo clínico, para poder sentir, ao vivo, como isso se dá. Espero ter ajudado. Forte abraço!

    1. Larissa, é difícil elencar quais seriam os principais desafios da psicologia clínica na atualidade, mas pensando assim prontamente eu responderia a você que uma das questões que nós psicólogos temos nos defrontado muito em nossa clínica cotidiana é a dificuldade do humano em aceitar o diferente, tanto o diferente do outro quanto o diferente de si próprio. Esta é uma questão de fundo narcísico, pois como sabemos no narcisismo a diferença (tudo o que não é igual ao próprio eu) é rejeitada prontamente pelo ego. Ocorre que em nossa sociedade contemporânea parece-me que esta questão da diferença e da igualdade tem sido uma espécie de “calcanhar de Aquiles” do nosso tempo. Ao mesmo tempo em que as pessoas buscam uma igualdade completa com o outro, para não se sentirem “out”, este apagamento das diferenças provoca no indivíduo uma espécie de curto-circuito em que as diferenças são negadas e há um temor de que o sujeito se perca no outro, se perca do coletivo, nas redes sociais, etc. Neste sentido, as questões do foro íntimo de cada sujeito perdem espaço para uma cultura em que os sentimentos são massificados e transformados em uma grande vitrine para serem exibidos nas redes sociais, onde todo mundo acaba ficando meio parecido. Enfim, acho que estas são reflexões para o nosso tempo e que o psicólogo necessariamente terá que fazer em sua prática. Espero ter respondido sua questão. Abraços.

  17. Olá Doutora,primeiramente agradecer por suas respostas, que são mesmo muito pertinentes!
    Mais agora expondo concretamente as minhas dúvidas,o que eu pretendo saber é o seguinte:::

    Doutora,eu sou Angolano e vivo na capital do país, que é Luanda!
    E eu me apercebe recentemente que nós temos um
    Instituto superior de ciências da saúde
    Que esta administrando o curso de (Psicologia clínica)!
    E eu to pensando em ser clinico desde o meu último ano do médio!
    Mais o que eu pretendo saber mesmo da doutora,é se eu posso ingressar já em psicologia clínica, ou se seria melhor primeiro fazer a psicologia geral para eu poder ter acesso a outras áreas da ciência e depois
    Poder analisar se é mesmo clinico que eu quero ser ou não!

    O que a doutora sugere para mim?

    1. Tilson, bom dia.

      Não sei como funciona a formação de um psicólogo em seu país, mas pelo que você me transmitiu, eu julgo mais coerente você primeiro fazer psicologia geral para depois cursar a psicologia clínica. Eu digo isso porque o clínico precisa ter conhecimentos de psicologia geral para poder ser um profissional mais completo. Por exemplo, ele precisa conhecer a história da psicologia e como ela se insere no campo da ciência geral, precisa ter conhecimentos gerais de neurofisiologia e neuroanatomia, dentre outros, conhecimentos estes que eu presumo que sejam dados no curso de psicologia geral. Se você tiver interesse em conhecer mais sobre o tema, pode ler um post meu em que reflito sobre as características de personalidade desejáveis para se exercer o ofício de psicólogo clínico.

      Espero ter ajudado você.

      Forte abraço e boa sorte em sua jornada!

  18. Ola gostei de todas intervencoes!vou fazer o 1o ano em psicologia clínica,estava com muita dúvida com relação ao curso,fiz o nível media na área em que n tinha história nem filosofia será que tera muito impacto negativo!?

  19. bom dia,me chamo juliana tenho 20 anos e sou estudante de psicologia , gostaria de saber em sua atuação na area clinica , quais os temas que atualmente merecem destaque e que são mais frequentes , e também se existe ( e se existir )quel a maior dificuldade de se trabalhar a psicologia clinica em grupos .
    desde já agradeço . será de muito valor para mim estar conhecendo melhor sobre o assunto .

    1. Juliana, tudo bem? Sobre a sua questão a respeito dos temas que atualmente merecem destaque, acho que não compreendi muito bem qual sua dúvida. Se você quer saber sobre quais as queixas que mais levam as pessoas ao consultório, elas são variadas e seria difícil sistematizá-las em algumas categorias. Em geral, as pessoas procuram ajuda porque estão muito angustiadas. A sua outra questão, sobre grupos, não tenho como responder porque toda minha experiência é com o trabalho individual. Mas sei da notícia de que é possível fazer trabalhos interessantes com grupos. Espero ter ajudado. Abraços.

  20. Bom dia…
    Gostei muito do blog e, aproveito para pedir uma dica de leitura pois desejo ser psicanalista infantil…
    Parabéns pelo blog e obrigada.
    Hilquia.

    1. Hilquia, como você possui interesse na psicanálise infantil sugiro que estude as obras de Melanie Klein, pioneira no atendimento psicanalítico à crianças. Há também o caso “Pequeno Hans” de Freud em que ele aborda toda a questão edípica na infância, articulando-a com o desenvolvimento de uma neurose, no caso uma neurose fóbica. Também é fundamental que você mesma se submeta à uma análise, caso deseje vir a se tornar um dia psicanalista. Abraços.

  21. Oi,então,vou começar a cursa o terceiro ano do ensino médio daqui a alguns meses, e com isso sempre vem as perguntas “Eai,ja sabe a faculdade que vai cursa?”. Sim, eu realmente sei, mas tenho várias dúvidas sobre o assunto. Eu me apaixonei completamente quando li sobre psicologia clinica e eu realmente sonho com isso, mas a pergunta que não me deixa quieta é: ajudar o próximo,ser uma psicóloga pode afetar algo em mim? Tipo, me deixar mais sensível, mais sentimental?

    1. Beatriz, tudo bem? Sua pergunta é super interessante. Eu te responderia o seguinte: se você não for ou não gostar de ser sensível ou se você se incomodar com a ideia de que seus sentimentos serão afetados pelo paciente, procure outro curso para fazer, que não a psicologia. Para você ajudar alguém será fundamental que esta pessoa te afete, o que não significa sentir pena daquela pessoa ou se envolver de forma doentia com o sofrimento dela. Você parece fazer uma confusão importante entre ser sensível e ser sentimental. São duas coisas completamente diferentes. A capacidade de ser sensível às emoções do outro é uma qualidade humana raríssima e uma pessoa que tenha vocação para ser terapeuta tem que tê-la necessariamente. Uma pessoa sentimental é uma pessoa tola, frágil e que não está bem consigo mesma por isso sente pena de si mesma e dos outros. Uma pessoa sentimental é ingênua e trata a si mesma e aos outros como crianças frustradas e incapazes. Não é isso que faz um terapeuta. Um terapeuta não sente pena de seu paciente. Ele deve ter uma personalidade forte e tenaz capaz de se compadecer da dor de seu paciente mas se deixar penalizar por isso. Caso contrário ele não conseguirá ajudar seu paciente e fará um péssimo trabalho. Ainda uma última coisa. Não se iluda com a ideia de que, ao se tornar terapeuta, você não terá que lidar com seus próprios problemas pessoais. Por isso a psicologia é uma vocação, mais do que uma técnica. Neste bonito e duro ofício você será exigida em termos de humildade para perceber que qualquer grande transformação que você queira propor para a vida do seu paciente, primeiro deverá ter sido capaz de fazê-la em si mesma. Senão vira hipocrisia, do tipo “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. Espero tê-la ajudado. Abraços.

  22. Olá, parabéns pelas suas respostas, estou no 7º ano de psicologia e confesso que estou muito indecisa em qual abordagem seguir no estágio obrigatório que temos que fazer na faculdade, gosto do existencialismo e tcc mais assistindo a uma apresentação me interessei pela terapia Sistêmica pois trata dos problemas familiares, gostaria de uma ajuda sua, pois amo a psicologia mais as vezes tenho muito medo, de não conseguir exercer com competência essa profissão tão linda, porém muito cobrada por todos. Obrigado pela atenção!!!!

  23. Ola, gostei muito da informação e saber como um psicologo realmente trabalhar.
    Tenho 18 anos, e quero me tornar uma psicologa, pois adoro ajudar as pessoas, e alem disso tenho muito curiosidade de saber como é.
    Queria saber mais coisa sobre.

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