Viver só tem sentido quando somos capazes de olhar para além de nós mesmos e dos nossos interesses particulares.
Categoria: Reflexões sobre o cotidiano
Preconceito e estigma contra mulheres sem filhos
O número de mulheres que escolhe não procriar tem aumentado nas últimas décadas. Dizem delas que são egoístas, vazias e incompletas e, jocosamente, vislumbram-nas na velhice como a “louca dos gatos”, que é uma forma de dizer que amam mais os bichos que os humanos.
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Aspectos da psicologia feminina e violência contra a mulher
Uma mulher não passará pela vida sem experimentar algumas vezes o desprezo e o ódio de um homem por ela.
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Medo e coragem em tempos de coronavírus: reflexões à luz de uma experiência pessoal
Quando padeci de um quadro fisicamente muito doloroso há alguns meses não poderia imaginar que estava, sem saber, acumulando experiência para atravessar a onda do coronavírus.
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Minhas aventuras em Minas Gerais
Milton Nascimento tem razão. Minas Gerais tem uma melancolia poética bonita demais. Estive visitando Inhotim e Ouro Preto e voltei cheia de reminiscências, desejosa de poder expressar um sentimento evanescente difícil de ser posto em palavras.
A fuga do Negão
Vivi um momento poético hoje. Voltava pra casa de bicicleta ouvindo meu jazz favorito, e eis que encontro pelo caminho, andando rápido e com olhar baixo, o cachorro Negão: um bonito e simpático vira-lata que foi adotado por uns vizinhos nossos, a Ana e o Ângelo.
Por um sentido digno à existência da mulher: reflexões sobre um domingo de Páscoa
Há uma beleza dolorida na cena que deve ter se repetido em muitos lares do mundo todo neste último domingo de Páscoa: mulheres, por vezes idosas, cansadas e com dores pelo corpo todo, cozinhando para seus filhos, netos e, quem sabe, bisnetos.
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Por um sentido natalino
Sinto vontade de escrever algumas linhas para refazer a mim mesma o percurso íntimo que me faz lembrar porque, afinal de contas, gosto tanto desta época.
Continuar lendo Por um sentido natalinoO voo de Miréia
Ela se chamava Miréia. Ou melhor, este fora o nome que Pedro lhe dera depois de encontrá-la numa gaiola minúscula em uma sala escura, órfã de pai, mãe e irmãos. A cena daquela galinhazinha que nunca pisara em grama, piando freneticamente, como que pedindo para ser adotada, fez vibrar alguma corda insondável do bom coração de Pedro que imediatamente, como para salvar uma alma do hiato da não existência, pegou a galinha, enfiou-a no carro e a levou para casa.
Sua esposa Clarice viu-o chegar com a galinha que o seguia pra lá e pra cá, cheia de orgulho por recém ter encontrado uma mãe novinha em folha para ela, e não pôde deixar de ver graça na cena. Afinal, não se sabia muito bem qual dos dois, se galinha ou Pedro, sentiam-se mais sortudos com aquele iniciozinho de amor que já prometia grandes belezas, mas também uma boa dose de dor, porque um não vem sem o outro.
Maria, Maria
Recentemente enterrei minha avó materna. Ela se chamava Maria. A mesma Maria da música de Milton Nascimento e Fernando Brant: uma mulher que merecia ter vivido e amado como outra qualquer do planeta. Mas, como comportada Maria que era a minha Maria ria quando devia chorar e estava mais habituada a aguentar do que a viver. Por isso se despediu da vida com os mesmos olhinhos tristonhos com os quais eu me lembro dela em grande parte da vida.