Antígona e a ética trágica da vida.

Já faz um tempo que venho me dedicando a estudar as tragédias gregas, produzidas e encenadas na pólis durante o século V a.C. – período áureo e próspero vivido em Atenas que, nesta época era governada pelo tirano Pisístrato. Apesar de os gregos terem escrito muitas tragédias, muito deste material se perdeu no tempo, chegando até nós algumas das produções de três autores – Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.

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A dor inevitável do crescimento.

download4     Crescer, do ponto de vista mental, não é inevitável! Crescer, do ponto de vista físico, é.

Todos os anos nós fazemos aniversário e ficamos mais velhos. Mas, não necessariamente, ficamos mais sábios, crescidos e amadurecidos do ponto de vista mental.

Por que isso acontece? Ou seja, por que o crescimento mental não avança na mesma medida que o nosso crescimento físico ou que o correr dos anos?

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A verdadeira riqueza humana.

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O que é realmente essencial para sermos felizes?

Hoje gostaria de fazer algumas reflexões sobre algo que venho pensando muito nos últimos tempos. Trata-se da seguinte questão: o que é realmente essencial para que um ser humano possa transitar por esta vida com algum prazer?

A partir das minhas reflexões, respondo que a maior riqueza que um ser humano pode ter está no que ele é capaz de sentir e não no que ele é capaz de acumular em termos de bens materiais.

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O feminino na Psicanálise e na tragédia grega.

Femininity_1Em suas elaborações sobre o feminino, Freud lançou a seguinte questão, para ele enigmática e difícil de ser respondida: “O que quer uma mulher?”. Para mim, há ainda outra questão anterior a esta e talvez mais importante: “O que é uma mulher?”.

Freud foi duramente criticado por analistas que se seguiram a ele e também por correntes feministas que consideraram sua teoria falocêntrica. Explico-me. Todo o embasamento teórico que Freud deu no que se refere à construção das identidades masculinas e femininas foi assentada na presença ou ausência do pênis, ou seja, no modo como cada ser humano vivência e se coloca diante da castração.

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Reflexões sobre a escolha pelo curso de psicologia.

psicologoCostumo receber muitos e-mails de estudantes de psicologia e de pessoas que têm interesse na área me perguntando como é atuar como psicólogo. Desta forma, achei que seria relevante produzir um texto sobre o tema e para isso vou me basear em algumas percepções que pude ir acumulando durante os meus anos de experiência como docente em cursos de psicologia.

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Até quando devemos prolongar a vida humana?

suicidio1wAs ideias contidas neste texto são fruto de uma série de reflexões que pude fazer ao longo da semana passada e que foram motivadas pelo suicídio do ator Walmor Chagas e pelo filme francês “Amor”, de Michel Haneke, em exibição nos cinemas.

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É preciso ser infinito para ser só.

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Capacidade de estar só:

Uma das grandes conquistas internas do verdadeiro amadurecimento é a capacidade de estarmos sós. Ocorre que estar sozinho não significa sentirmos solidão e angústia, como muitas pessoas tendem a experimentar.

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Qual o preço a ser pago pela liberdade? E pela não liberdade?

 

Para iniciar minhas reflexões sobre a liberdade inspiro-me no pensamento incrível proferido por Nelson Mandela, homem que lutou bravamente pela liberdade na África do Sul, ao ser preso: “Vocês podem tirar tudo de mim. Menos a minha liberdade de pensar”.

Mandela referia-se à liberdade mais incrível que um ser humano pode acessar (ao contrário de todos os outros animais) que é a consciência de si mesmo, de sua condição histórica e social, pois, só homens têm uma consciência política de sua existência!

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Angústias de Natal e de Ano Novo e a necessidade de comprar presentes.

Não precisamos fazer muito esforço para perceber, com a proximidade das datas de Natal e Ano Novo, o predomínio nas pessoas de um funcionamento que chamamos na Psicanálise de estado maníaco. Explico-me. Segundo Melanie Klein, defesas maníacas (tentativa de controle sobre o objeto) têm como propósito a evitação do contato com angústias depressivas que derivam do sentimento de perda de algo.

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Envelhecimento e morte: estes nossos incômodos (des)conhecidos.

Minha motivação inicial para escrever este artigo se deve ao fato de haver, sobretudo em nossa cultura atual, um grande silenciamento ou, no mínimo, certo mal-estar quando o assunto é envelhecimento e morte, algo que noto muito em minhas aulas de Desenvolvimento Humano quando trato do envelhecimento e morte com meus jovens alunos.

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