Preconceito e estigma contra mulheres sem filhos

O número de mulheres que escolhe não procriar tem aumentado nas últimas décadas. Dizem delas que são egoístas, vazias e incompletas e, jocosamente, vislumbram-nas na velhice como a “louca dos gatos”, que é uma forma de dizer que amam mais os bichos que os humanos.

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Artigo científico publicado na revista Estudos de Psicologia (PUCCAMP) 2011

download (1)Acesse o meu artigo científico intitulado A experiência da maternidade em uma família homoafetiva femininapublicado na revista Estudos de Psicologia da PUCCAMP em 2011, escrito em parceria com a Profa. Dra. Valéria Barbieri (FFCLRP-USP).

Referência: MARTINEZ, A. L. M. & BARBIERI, V. A experiência da maternidade em uma família homoafetiva feminina. In: Estudos de psicologia (PUCCAMP. Impresso), v. 28, p. 175-185, 2011. 

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Os irmãos

maquina de escreverFlávio e Pedro eram irmãos gêmeos. Disputaram desde sempre o mesmo ventre, o mesmo espaço, o mesmo amor. Nascidos, a mãe chegava a confundi-los de tão iguais que eram, exceto pelo gênio. É que Flávio era mais parecido com a mãe, segundo seus próprios dizeres e por conta disso ela o amava mais que ao outro. Apesar de tal realidade evidente, isso nunca lhe chegou à consciência:

Imagina amar um filho mais que outro? Que pecado!

Já crescidos, ambos ingressaram na Universidade. E, como o destino não deixa por menos, o inevitável aconteceu. Flávio e Pedro apaixonaram-se pela mesma moça: a linda Dulcinéia.

Adivinha quem ela escolheu?

– O Flávio. Óbvio! Ou você acha que o destino brinca em serviço?

Pedro, enlouquecido de tanta dor, não aguentou este golpe. Ao saber da escolha de Dulcinéia, esbofeteou a cara do irmão, quebrou-lhe o nariz e desapareceu para sempre em sua dor insana. Nunca mais se soube dele.

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Pelo direito de sentir medo.

imagesEsta semana foi noticiada uma reportagem que eu achei bastante curiosa.

Colônias de férias de crianças estão sendo proibidas, pelos pais, de contarem estórias de medo. O argumento dado por eles, segundo a reportagem, é que este tipo de estória pode traumatizar ou amedrontar as crianças desnecessariamente. O curioso é que, na matéria, o discurso dos pais era corroborado por um dos donos da colônia, que disse:

– É um período de férias, de curtição. Então, a gente só deve falar de “coisas alto-astral, só coisas pra cima” (sic).

O que podemos pensar sobre isso?

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Jornada O casal e a família no divã.

A configuração familiar especifica de cada sujeito e o casal parental internalizado que compõe a personalidade de cada um são elementos centrais à Psicanálise.

Nesse sentido, quando um sujeito busca análise, o trabalho analítico será povoado não somente  pelas fantasias inconscientes do paciente,  expressas no par analítico, mas sobretudo por suas tramas inconscientes transgeracionais, algo que, ao mesmo tempo, o constitui e o transcende.

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