Reflexões sobre a escolha pelo curso de psicologia.

psicologoCostumo receber muitos e-mails de estudantes de psicologia e de pessoas que têm interesse na área me perguntando como é atuar como psicólogo. Desta forma, achei que seria relevante produzir um texto sobre o tema e para isso vou me basear em algumas percepções que pude ir acumulando durante os meus anos de experiência como docente em cursos de psicologia.

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Até quando devemos prolongar a vida humana?

suicidio1wAs ideias contidas neste texto são fruto de uma série de reflexões que pude fazer ao longo da semana passada e que foram motivadas pelo suicídio do ator Walmor Chagas e pelo filme francês “Amor”, de Michel Haneke, em exibição nos cinemas.

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É preciso ser infinito para ser só.

pensando

Capacidade de estar só:

Uma das grandes conquistas internas do verdadeiro amadurecimento é a capacidade de estarmos sós. Ocorre que estar sozinho não significa sentirmos solidão e angústia, como muitas pessoas tendem a experimentar.

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Qual o preço a ser pago pela liberdade? E pela não liberdade?

 

Para iniciar minhas reflexões sobre a liberdade inspiro-me no pensamento incrível proferido por Nelson Mandela, homem que lutou bravamente pela liberdade na África do Sul, ao ser preso: “Vocês podem tirar tudo de mim. Menos a minha liberdade de pensar”.

Mandela referia-se à liberdade mais incrível que um ser humano pode acessar (ao contrário de todos os outros animais) que é a consciência de si mesmo, de sua condição histórica e social, pois, só homens têm uma consciência política de sua existência!

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Angústias de Natal e de Ano Novo e a necessidade de comprar presentes.

Não precisamos fazer muito esforço para perceber, com a proximidade das datas de Natal e Ano Novo, o predomínio nas pessoas de um funcionamento que chamamos na Psicanálise de estado maníaco. Explico-me. Segundo Melanie Klein, defesas maníacas (tentativa de controle sobre o objeto) têm como propósito a evitação do contato com angústias depressivas que derivam do sentimento de perda de algo.

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Envelhecimento e morte: estes nossos incômodos (des)conhecidos.

Minha motivação inicial para escrever este artigo se deve ao fato de haver, sobretudo em nossa cultura atual, um grande silenciamento ou, no mínimo, certo mal-estar quando o assunto é envelhecimento e morte, algo que noto muito em minhas aulas de Desenvolvimento Humano quando trato do envelhecimento e morte com meus jovens alunos.

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A hora do sim é o descuido do não.

   Quantas vezes ele não foi e não avisou. Ou simplesmente ligou dando uma desculpa esfarrapada. Quantas vezes não retornou a ligação.

Quantas vezes ela negou aquele convite para sair com a amiga necessitada de conversar. Quantas vezes ela disse não, hoje eu não posso. Não porque não podia mesmo (embora ela não soubesse disso), mas porque tinha medo, não sabia ao certo do que.

Quantas vezes não respondeu aquele e-mail. Marcou aquela viagem e não foi. Disse que ia ligar e não ligou.

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Jornada O casal e a família no divã.

A configuração familiar especifica de cada sujeito e o casal parental internalizado que compõe a personalidade de cada um são elementos centrais à Psicanálise.

Nesse sentido, quando um sujeito busca análise, o trabalho analítico será povoado não somente  pelas fantasias inconscientes do paciente,  expressas no par analítico, mas sobretudo por suas tramas inconscientes transgeracionais, algo que, ao mesmo tempo, o constitui e o transcende.

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O amor está em extinção?

Outro dia falava sobre o amor em sala de aula e fiquei surpresa com a descrença de meus jovens alunos neste sentimento tão sublime e belo. Perguntavam-me eles se o amor ainda existe porque em suas concepções, o amor, principalmente entre os casais, é item em extinção.

Tranquilizei-os dizendo que o amor existe sim entre casais, mas, acrescentei, que para experimentá-lo é preciso tolerância, maturidade e muito amor.

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A Peste da Psicanálise.

              Freud - PsicanáliseAntes de iniciar minhas reflexões, gostaria também de comentar que este texto foi suscitado pelo ótimo encontro que tivemos no evento “Psicanálise e Universidade”, ocorrido em Ribeirão Preto no final do mês passado (26 de maio). Neste encontro, que foi muito frutífero para mim, havia um “discurso comum” de todos os participantes que era o incômodo frente à uma visão de homem mecanizada, fragmentada e organicista muito disseminada pela Psiquiatria e pela cultura atual em geral. Como possibilidade de luta e resistência, todos eles apresentaram a Psicanálise como proposta para humanizar o contato de estudantes de medicina, psicologia e áreas afins com seus pacientes. Enfim, para humanizar o humano…

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